Samba da Vela

O samba nasceu no momento em que os Portugueses trouxeram os navios negreiros para a escravidão e a exploração de riquezas do Brasil. As únicas coisas que o povo Africano trouxe de suas terras, além da tristeza nos olhos, foi a alegria e a cultura. Entre seus costumes estavam a dança, a religião, o canto, os batuques, entre outros.

O desenvolvimento do samba originou-se na Bahia e foi divulgado pelos negros a partir do século XIX, instalando-se no Rio de Janeiro, nos bairros cariocas da Saúde e da Gamboa, depois passou por Minas Gerais, expandiu-se até São Paulo nas cidades do interior em fazendas de café e então chegou à capital.

No inicio, as músicas nas rodas de samba eram realizadas da seguinte forma: fazia-se uma cabeça como primeira parte, mais conhecida como refrão e a segunda parte era cantada na base do improviso, frases feitas momentaneamente de acordo com o tema da primeira parte.

O samba é um gênero musical, uma dança, derivado de ritmos e melodias de raízes africanas e é tradicionalmente tocado por instrumentos harmônicos que são: cavaquinho, banjo e violão, e na sua maioria os diversos instrumentos de percussão.

Entre os especialistas  é quase um consenso que a origem provável da palavra Samba esteja na adequação e evolução de “ Semba”, que significa umbigo em quimbundo( língua de Angola ), traduzindo para o nosso português umbigada, por conta das danças que nos trouxeram de suas origens.

Essa importante transição da cultura sambística evoluiu e enriqueceu-se nas diversas culturas brasileiras de acordo com seus Estados, e em São Paulo não foi diferente.

Foi nas cidades de Pirapora do Bom Jesus, Tietê, Capivari, Sorocaba, Piracicaba e Campinas com o samba de bumbo, o tambu e o batuque que a história do samba paulista evoluiu e chegou à capital.

Uma das primeiras manifestações carnavalescas na cidade de São Paulo surgiu em 1857 liderado por brancos e negros alforriados, que também tinham como objetivo libertar os escravos, esse grupo foi denominado como Zuavos e esse fato ocorria na Rua Barrão de Iguape com a Américo de Campos, no bairro da Liberdade, na chácara de Caetano Ferreira Baltar.

Com toda essa disseminação o samba se ramificou, e criou vários estilos: Samba de Roda, samba de partido alto, samba canção, samba-choro, samba dolente, samba-rock, samba rural urbano, samba enredo, entre outros.

O decorrer desse cenário não foi sempre bem sucedido, pois para resistir até hoje, o samba e seus sambistas foram julgados injustamente por toda a sociedade brasileira, uma vez que sua origem era advinda de escravos. Quase todo sambista que participou dessa transição, pode nos contar que apanhou ou viu um companheiro ser repreendido pela polícia por fazer samba nos botequins da vida. Os músicos eram considerados como vagabundos, marginais e desordeiros. Os “batuqueiros da Paulicéia” como eram chamados, batucavam em caixas de engraxates, latões de lixo, pratos, frigideiras , tudo que desse bom som se tornava instrumento musical. Os bairros que mais foram freqüentados por esses sambistas foram:  Barra Funda, Campos Elísios, Bexiga, Praça da Sé, Largo da Banana e Largo da Batata em Pinheiros.

Hoje o cenário do samba é bem diferente, o gênero conquistou seu espaço pela resistência e amor de seus seguidores e é visto mundialmente com bons olhos.

O brasileiro transformou e autenticou um ritmo que caracterizou sua nação e ganhou o mundo.